Demorei para perceber a inexistência de uma única realidade
comum. Durante toda minha vida trabalhei a idéia de que as pessoas, as coisas e
as situações, precisavam ser moldadas a um único padrão que eu julgava vir de
fora e estar intrínseco em cada pessoa recebê-lo. Padrões estes que muitos ignoravam
e por isso, “fugiam da linha” e não encontravam suas felicidades.
Mas este raciocínio de realidade única é quebrado quando
olhamos para as pessoas felizes pois, é exatamente pela falta de um padrão que
elas são assim. Cada uma tem uma interpretação, um conceito, uma visão e,
portanto, uma ação particular diante da existência.
De uma melhor e mais certeira forma, eu diria que cada um cria
sua própria realidade, considerando-se que tudo o que foi citado surge por “iniciativa”
de suas própria mentes.
Trocando em miúdos, há grande diferença entre o que é real e o
que é material. O material é aquilo que coexiste em existência, o que é, ou
pode ser, comum à percepção de todos. Por exemplo, uma cadeira é um objeto que
pode ser percebido por qualquer ser, em qualquer parte do mundo, mesmo que
muitos não entendam para que ela serve ou nem mesmo saibam de que se trata o
objeto.
Já a realidade se trata da interpretação que cada ser aplica ao
material e ao circunstancial; portanto, realidade não é necessariamente um
conceito absoluto, mas relativo a cada ser que a cria em si mesmo.
Isso faz com que nós sejamos os únicos responsáveis pelo nosso
sucesso e felicidade, porque temos o poder de mudar a nossa realidade, de
escolher o que queremos pensar. Invertendo a ordem, a nossa realidade depende
do que escolhemos pensar, da forma como pensaremos este pensamento e do quanto
manteremos este pensamento em nosso ser, isto é, do quanto doaremos nossas
emoções a estes pensamentos.
Neste prisma, as emoções devem se manter submissas aos nosso
pensamentos, do contrário, seremos fruto de pensamentos influenciados pelo meio
e pelas circunstâncias advindas. É exatamente esta ocorrência que cria vítimas,
pessoas que sempre estão se queixando de algo, falando das outras e se
colocando em posição de vítima na vida.
Vítimas não podem alcançar a felicidade simplesmente porque não
a constroem. Felicidade não é algo que se espera, mas é algo que se faz,
realiza, constrói.