quarta-feira, 14 de março de 2012

A origem 2 - Renegando


Por que viver o que não é vida ? Por que buscar o irreal quando temos uma realidade tão curta para sentir e viver ? Por que buscar uma verdade fora do empírico, se tudo o que nós temos como comprovado é o que somos, o que está ao nosso redor e o que podemos alcançar com o que somos ?

Vivemos como zumbis vagantes por esta terra quando, abrimos mão de nossa realidade para vivermos ilusões. O que sabemos como fato é que temos apenas uma vida para viver, depois dela já não se tem comprovação de nada. Não há como termos certeza de absolutamente nada após a nossa morte, mas podemos ter certeza do que temos e vivemos neste mesmo instante.

A preocupação com o amanhã mata o hoje e faz com que projetemos o passado no futuro. Como não existem  dados em nosso conhecimento a respeito do futuro, temos que usar o que está ao nosso alcance, o conhecimento do passado. Desta forma, amarramos uma "corda no pescoço" do nosso futuro, prendendo-o ao passado e destruímos nossas realização no presente, que é tudo o que realmente temos.

Da mesma forma e com maior intensidade, ocorre com a preocupação com o que vai acontecer após a morte; Quando temos essa preocupação em nossas mentes, destruímos nosso presente, que é a nossa única vida, aquilo que podemos afirmar ter certeza de existir.

O medo do desconhecido nos faz preencher nossas lacunas de esperança com coisas intangíveis, que nos saciam e amenizam nossas ansiedades ignorantes. No lugar de assumirmos nossa ignorância e vivermos a nossa vida , quer buscando o conhecimento quer não, preenchemos ela com fantasias, crenças, mitologias, folclores e misticismos. Estes, por sua vez, escravizam nosso entendimento nos fazendo renegar tudo o que o verdadeiro conhecimento descobre comprovadamente.

Renegamos a tudo em prol de algo em que decidimos, irracionalmente, crer.

Vêm os sons, os odores, as paisagens, os gostos, as mãos para cumprimentar..... Mas as crenças nos deixam indiferentes a tais.


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